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Como a Selic e a inflação afetam aluguéis e financiamentos?

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A Revista Exame explica como a Taxa Selic e a Inflação afetam aluguéis e financiamentos:

Dúvida do internauta: Gostaria de saber como e por que as variações da taxa Selic e da inflação afetam diretamente o valor do aluguel de imóveis e também dos financiamentos.

Resposta de Samy Dana e Alex Del Giglio*:

Para facilitar o entendimento, vamos dividir sua pergunta em duas partes:

1 Valor do aluguel X inflação/taxa Selic:

O valor do aluguel de imóveis guarda, de certa forma, relação com a inflação no curto prazo e com a taxa básica de juros da economia, a Selic, no longo prazo.

Em regra, os contratos de aluguel são reajustados anualmente pelo índice geral de preços do mercado (IGP-M), que nada mais é que um índice de inflação. Logo, se a inflação aumenta, o valor dos contratos de aluguel, igualmente, aumenta. No entanto, se os valores ficarem muito acima dos novos contratos ou muito abaixo, os contratos tendem a ser rompidos pelos locatários ou proprietários.

Do mesmo modo, porém de forma implícita, a elevação da taxa de juros também pressiona o valor do aluguel para cima, pois os proprietários de imóveis passam a balizar a tomada de decisão de alugar considerando a possibilidade de vender e aplicar os recursos no mercado financeiro com uma remuneração mais atraente. O famoso conceito econômico denominado de "custo de oportunidade".

Todavia, essas relações não são tão simples, pois o valor do aluguel é pactuado entre as partes (proprietário e locatário) e depende de múltiplas variáveis dinâmicas que interferem na formação do preço. Por isso, na prática, observamos que a correlação entre valor do aluguel X Inflação/SELIC não é sempre válida.

2 Custos de financiamento X inflação/taxa Selic:

Os custos de financiamento estão associados, via de regra, à Taxa Referencial (TR) ou à Selic. A TR não possui total aderência à inflação. Todavia, os financiamentos indexados a Selic evidentemente mudam com a oscilação dela, sofrendo impacto da inflação, já que o governo aumenta a Selic para conter a inflação e a abaixa quando a inflação arrefece.

(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.

Fonte: EXAME

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